28.12.05

Um professor de Matemática pode obter créditos por frequentar um curso prático de criação de bichos-da-seda

Os jornais e as associações profissionais também criticaram violentamente este sistema de progressão na carreira. Por exemplo, Nuno Crato, professor do ISEG, referiu que “um professor de Matemática pode obter créditos por frequentar um curso prático de criação de bichos-da-seda e um professor de Português pode subir na carreira com práticas de esqui” (Expresso, 7/5/2005). A APM considera que “as acções de formação contínua devem ter uma forte ligação à prática lectiva, sendo preferencialmente centradas nas escolas ou nos territórios educativos e devem ser dadas oportunidades aos professores de Matemática para poder frequentar acções de formação na sua área específica” (APM, 1998:81). O contributo das acções de formação para a melhoria do desempenho dos docentes, porém, será tão desprezível que “a formação contínua como direito/dever de todos os professores não deve estar necessariamente ligada à progressão na carreira” (APM, 1998:83). Esta expressão deixa na dúvida se a formação contínua é um direito ou um dever, o que não ficará por discutir, pelas consequências que tem sobre o investimento dos professores no ensino, e consequentemente sobre os resultados dos estudantes. Quando a APM afirma que esta formação não deve estar (necessariamente) ligada à progressão na carreira, expressa claramente que do seu ponto de vista o contributo destas acções para a valorização profissional dos docentes é nula.

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